30 de junho de 2008

alfineta minha delicadeza.

Maria me desenhou uma flor na mão direita, de olhos grandes a pequena, sorria atenta. Sonhei com uma onça vermelha e ela me ameaçava severa, ameaçava minha delicadeza, mas não chegou perto. Não cheguei perto dos meus temores mais intensos, das minhas manhas abusadas, contornos adocicados, sonhos retocados lentamente à pinceladas.
Seria demais pensar em aquarelas?
A vida acontece, conheci um sanfoneiro de barba, cantou uma dessas doloridas de ouvir. Conheci muitas formas de sentir tudo isso, do pânico ao mínimo desgaste. Dos movimentos em mim, das fisgadas de sentido, do colo preciso, da distância amarga. Uma bela impotência de rumos, trocadilhos, risos da ternura que até me assombra.

Estou exausta agora.

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