19 de novembro de 2008

das cartas que nunca entreguei.

...amanhece nublado, muitas pessoas sonolentas, esparramadas em desânimo nos balcões das padarias, é preciso a primeira dose de ânimo nem que seja num pingado. Pombos imundos já passeiam pelas calçadas, vejo um velho de toca vermelha fumando o cigarro de palha. O cheiro me lembra as férias na fazenda e meus tios enrolando o Trevo nas palhas preparadas. Estou de azul, o que me deixa ainda mais pálida. Ele disse que viria, mas já muito atrasado, sinto que não. Dentre todos os blefes este veio com adoçante. Tomo o segundo copo de café, releio minha última carta. A melhor das frases escritas eu repito baixinho e saio guardando as moedinhas do troco.

eu mergulho.

Nenhum comentário: