10 de março de 2009

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Essa loucura de vida que só faz mudar, ainda bem. Ainda bem que de repente me deparo ainda abismada com o horizonte, sem ar, buscando estrelas no céu chumbo que faz aqui. Ainda bem que esbarro com velhinhas de vestidos, com cachorros vadios, comigo perdida desviando de poças, mas sempre molhando a nuca. Às buzinas a sinfonia desnecessária, minhas mãos beliscam folhinhas, procuro arruda, alecrim. Assim assim, ainda me tomo no susto, soluço. Essa vida que só faz mudar, nada engessa, nada meu amor. Nem teus planos tão trabalhados, contornados daquela falsa solidez, nem tua reza, nem os sentires se fixam assim. Tudo segue, evapora, resignifica, de-forma. E os novos gostos, é pra estes o meu cuidado de agora, cuida também e segue atento. Porque nada vem a toa.

Um comentário:

Natália Nunes disse...

gosto demais da sua escrita.