15 de setembro de 2010

qualquer retalho pra se lembrar.

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esse foi o dia em que me despedi de você,peguei o ônibus depois de meia hora em pé,numa noite mais fresca que a de ontem,engasgada, pensando nas veias das suas mãos que saltam ou mesmo no pôr do sol que alaranjou teu rosto, lembrei que fui com o vestido que você odeia, quase mesmo pra dizer aos berros que o que acontece agora poderia ser diferente.No dia em que me despedi de você uma senhora se compadeceu com as lágrimas no saguão e me acalentou com um sorriso doce. Comi um bombom no caminho de volta, quis demorar anos pra chegar em casa só para não pensar em mais nada...só na estrada, árvores que passavam, retorcidas, frames soltos. Nada vai mudar a necessidade de chuva. muita água pra encharcar todos os feixes, florescer histórias, desenhar no rosto qualquer coisa que seja menos salgada.



3 comentários:

Anônimo disse...

"Ensaiei meu samba o ano inteiro,
comprei surdo e tamborim,
gastei tudo em fantasias,
era só o que eu queria..."

Sempre que leio seus "retalhos" lembro desta música!

"...e ela jurou desfilar prá mim..."

Traço sempre uma conexão com uma história interrompida... se é que as histórias têm mesmo começos e fins.
Se é que cada um não tenha sua única e própria linha, que vez por outra intercepta, anda próximo e até se enlaça outra, mas guardando sempre sua independência e extemporaneidade.

"mas chegou
o carnaval
e ela não
desfilou!"

Eduardo Ferreira disse...

já peguei várias linhas contando na aspereza o mais bonito de mim. isso de tirar de qualquer corte um rubro que mostre que estamos vivos.

mas todas as pessoas que são apaixonadas têm um imã natural para olhar beleza e seguir qual que seja o caminho.

né?

Ju ♥ disse...

despedida não devia doer...