Dia do índio nos anos 80, era chegar em casa pintada de guache ( nunca esqueci o cheiro) com colar de macarrão e um cocar de papel.Era a minha mãe preparando logo a câmera fotográfica e produzindo uma cena, me dirigindo enquanto eu não tirava aquela "coisa agoniante" da cara. Revendo álbuns antigos, lembrei de muitas cenas assim, a minha mãe provavelmente foi a minha primeira referência no universo da fotografia. E mesmo que eu não gostasse de posar aprendi sobre a importância do registro. Esse momento era só meu e dela, minha fotógrafa!
Escrevi esse texto mês passado numa reflexão sobre o olhar da minha mãe, e a nossa relação quando eu era fotografada por ela. Depois de sua morte, foram esses os registros mais fortes dessa cumplicidade: fotógrafa/fotografada.Hoje me deparei com um ensaio feito pela fotógrafa norte-americana Jaime Moore que retratou sua filha, Emma com 5 anos, reproduzindo retratos de ícones do feminismo.
(Tirei trecho do texto lá do Machismo Chato de Cada Dia)
"Refletindo em seu blog, ela admitiu que é impossível não se fascinar com essas belas mulheres de vida e corpo perfeitos, mas que essas eram simplesmente personagens de contos. 'Uma fantasia pouco realista para a maioria das meninas', disse ela."
"Ela então começou a pensar em todas as mulheres que sua filha Emma deveria conhecer. São mulheres reais, que sem conhecerem sua filha, mudaram sua vida para melhor."
Helen Keller
“Mantenha seu rosto ao sol e assim não verá as sombras”. É uma das mais valentes mulheres que passou por este mundo. Autora, ativista política e oradora norte-americana com deficiência visual e auditiva, o que nunca a impediu de sentir a vida e dizer a verdade.
Para ver outros retratos feitos por Jaime, aqui tem mais:http://machismochatodecadadia.tumblr.com/post/50986608168/fotografa-rompe-com-estereotipo-barbie-e-retrata-sua
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