9 de novembro de 2011

Clarice me disse.

Antes de ontem assistimos a um pedaço do filme A Hora da Estrela, e me lembrei da sensação de ter lido o livro, aos 16 anos, apaixonada e completamente entregue à literatura de Clarice. Desde então ( e sim faço parte de um imenso grupo) não deixo de recorrer à ela sempre que sinto vontade, em dias como hoje. Há alguma coisa de bruxa, de mim, de muitas rainhas que conheço....


“Mas olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória de cada dia: Não temos amado acima de todas as coisas,não temos nenhuma alegria que já não tenha sido catalogada.temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda.Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não parecermos inocentes.Temos mantido em segredo a palavra morte para tornar nossa vida possível.Não temos sido puros e ingênuos para não rirmos de nós mesmos e temos sorrido em público do que não sorriríamos quando sozinhos. E a tudo isso consideramos vitória nossa de cada dia?”

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